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Razão e sentimento

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quarta-feira, 16 de junho de 2010
Caro Paulo Honório,
É com muito pesar que lhe escrevo agora. Escrevo para dizer, se é que isso abrandará sua tristeza, que compreendo sua dor e suas atitudes. Muitas vezes somos enganados por nós mesmos com medo de sermos enganados pelos outros e só depois ficamos sabendo que a culpa que segue as consequências de nosso medo é muito maior que ele próprio.
No entanto sei como se processa esse pensamento. Parece que a natureza não nos ajuda e que tudo que vivemos, todas as palavras que conseguimos ouvir e tudo que nos é dito em um determinado contexto, vira-se a favor de nossa loucura e serve-nos de prova do que estávamos pensando.
Na verdade você - desculpe chamar-lhe de você, mas é que sua dor e suas atitudes em relaçao a Madalena são tão parecidas com a minha dor e com minhas atitudes em relação a ele que não acho desrespeito chamar-lhe assim, estamos próximos pelo desequilíbrio - não deve se culpar. É sem querer que pensamos coisas. É sem querer que acreditamos em nossos olhos turvos pelo ciúme e pela insegurança. Não confiamos em nós. Que triste!
Talvez se pudéssemos aprender com os erros dos outros. Talvez se pudéssemos voltar no tempo e refazer as coisas... mas é como você mesmo disse... faríamos tudo igual... nossa verdade é muito forte e quando estamos na situação não conseguimos pensar direito, nem dissernir o racional do ilógico.
A razão te chamou a atenção algumas vezes, exatamente como acontece comigo, mas não conseguimos ouvi-la, não é mesmo? O medo reaparece e lá estamos sujos de lama outra vez, lá estamos com os olhos vendados.
É a mente. A mente é a verdadeira culpada por nossa dor. A mente é que nos engana e depois rir de nós como se fôssemos um títere.
Que titereiro inábil esse, hein? Que nos leva onde quer e depois nos solta lá, perdidos, sem rumo e pior de tudo, culpados e então nos martirizamos, sofremos, lembramos de como poderia ter sido e não foi. É tarde!
Mas espero que finalmente consigamos, ambos, centrarmo-nos novamente e seguir em frente, achando um motivo justo para viver. Re-encontrando a alegria que mora em nós em algum lugar, escondidinha debaixo de alguma poeira do passado.
Com pesar e atenciosamente.
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