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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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segunda-feira, 7 de julho de 2014

NO OUTRO DIA


Um dia raiou, um lindo sábado começava em Flecheiras. Sol ameno, o barulho das ondas do mar, o verde da grama bem aguada dava uma esperança que o dia seria perfeito. Na sala de jantar, Tifany e Dário sorriam e davam ordens de como tudo deveria estar. Eles realmente eram um casal perfeito. Nunca brigavam e estavam tão bem entrosados que um já sabia o que o outro estava pensando.
Mayra abriu os olhos, um pouco inchados pelo choro da noite anterior.
― Bom dia , flor do dia! Dormiu bem?
― Mais ou menos. Dormi, mas sonhei a noite inteira e isso acabou que não me deixou descansar a cabeça. Deve ter sido por causa da conversa pesadíssima que tive ontem com Túlio.
― Sim, amiga, e aí? ― perguntou Marianna, ansiosa para saber o desfecho desse conto de fadas. ― E aí vão ficar juntos?
― Ai, amiga, é tudo tão complicado. Estou quase me arrependendo de ter vindo. Túlio foi muito duro comigo e pior que tudo que ele disse estava certo. Ele quer que eu me decida de uma vez por todas.
― E claro que você vai decidir ficar com ele. Aí meu deus, porque essas coisas não acontecem comigo! ― comentou Letícia.
Houve um silêncio.
― Vou sim, amiga. Chega de Arthur, chega de Bruna, chega de choro. Quero ser feliz. O Túlio pode me oferecer isso que estou querendo e além do mais, ontem, quando achei que ia perdê-lo para sempre me deu um aperto no coração. Eu gosto dele, eu amei o beijo dele, ele me faz bem e é com ele que vou ficar. Está decidido.
Ao contar para amigas sua decisão, Mayra convenceu também a si própria e com isso teve forças de levantar e aproveitar seu fim de semana que começara bem complicado, mas que ― ela tinha fé ― iria acabar da melhor forma possível.
― Muito bem amiga, é assim que se fala. Eu te dou todo o apoio, mas não esqueça de nem olhar para o Arthur, pelo amor de Deus. ― advertiu sorrindo Marianna.
― Nem se preocupe Mari, estou mesmo decidida a esquecê-lo. E tomara que quando ele me ver com o Túlio não venha com ceninha de ciúmes, porque ele é assim: quando eu estou só ele é todo derretido para a talzinha lá, quando estou com o Túlio, fica me secando.
― Pois esteja preparada para isso e principalmente esteja preparada para não valorizar isso. Afinal de contas o Túlio não merece, né, amiga?
― Não mesmo e ele ontem deixou isso bem claro. Gente, eu achei mesmo que ele ia desistir de mim. Ele chegou a dizer que o que queria mesmo era me esquecer de uma vez por todas...
Mayra contou toda a conversa com riqueza de detalhes e as meninas arregalavam os olhos a cada emoção. Termiram admirando mais ainda Túlio.
― Ele se garantiu viu, amiga. Desculpa dizer, já que você vai namorar com ele, mas, amiga... ahhh um homem desses na minha vida. ― suspirou Letícia.
― Deixa de ser louca, criatura! ― Brincou Mayra ao risos.
Desceram, e na ponta da escada, Mayra avistou Túlio que estava mais lindo que nunca. Uma coisa ela não podia negar. Ele era estonteante! E abriu um sorriso. Túlio que estava de frente pra ela entendeu que a resposta era positiva e deu uma piscadela seguida de um sorriso, mas manteve-se em seu lugar tomando seu café. Mayra desceu as escadas quase correndo, passou pelas costas do garoto e cochichou ao seu ouvido "já tenho sua resposta". Claro que pelos sorrisos e olhares a resposta seria positiva e o dia do novo casal transformou-se de cinza para um colorido com todos os matizes que o amor correspondido pode dar.
Tomaram café sossegadamente. Túlio terminou primeiro, mas ficou sentado, esperando que Mayra terminasse o seu e assim que a garota sorveu o último gole de seu cappuccino, arrancou Túlio da mesa e os dois seguiram para o jardim de mãos dadas. Felicidade pra uns, tristeza pra outros, assim é a vida. Gabriela entendeu que mais uma vez ele tinha se rendido a conversa de Mayra. Ficou triste, mas no fundo, já sabia que aquilo poderia acontecer. Artur, por sua vez ainda não tinha visto o casal.
Mayra e Túlio chegaram ao jardim e Mayra fez questão de levá-lo para o mesmo lugar da conversa na noite anterior.
― Sou sua. ― disse Mayra olhando nos olhos de Túlio, com um sorriso no rosto e segurando as mãos dele.
― Tem certeza disso que você está dizendo? ― perguntou cheio de ansiedade.
― Sim, tenho. Quero namorar você.
― Eu te amo!
As bocas se envolveram em um beijo feliz e apaixonado. Túlio enquanto beijava a garota, rodopiava com ela pelo jardim e repetia "Eu te amo!", ao que Mayra se deliciava ao ouvir aquelas palavras. Quem não gosta de ser amada, não é mesmo?
― Vamos dar um passeio pela praia? ― convidou Mayra.
― Vamos para qualquer lugar que você quiser.
Os dois saíram tão felizes que dava gosto de se ver, as mãos grudadas, brilho nos olhos. Mayra estava realmente feliz por ter conseguido se decidir e a cada segundo tinha mais certeza de que Túlio era o melhor para ela. Um garoto lindo, apaixonado, que fazia tudo que ela queria, pra que melhor?
Passaram por Arthur e Bruna. Túlio fez questão de observar bem a atitude de Mayra que se comportou perfeitamente: não deu a mínima para o casal. na verdade ela não estava mesmo preocupada com Arthur e ter iniciado um namoro com Túlio renovou suas forças, deu ânimo a sua vida, estava começando a acreditar que Marianna tinha ple razão e ela não perderia essa chance. Arthur, por sua vez, olhou com uma cara que só estando lá para ver declaradamente um ciúme monstro.
― Que foi? Vai correr atrás dela agora? ― perguntou bruna que percebeu a mudandça no rosto do garoto.
― Nossa, Bruna! Que estupidez, você hein? Deus me livre. ― Defendeu-se Arthur, não conseguindo parar de olhar para o casal que a essa altura caminhava na areia branca molhando apenas  os pés na água límpida.
― Então para de olhar pra eles!
― Você vai mesmo querer brigar, Bruna? tem certeza disso?
― Não vou brigar, Arthur, mas vou te avisar uma coisa: segura tua onda, porque não vou tolerar outra ceninha de ciúmes daquelas do aniversário da Tifany, ainda mais aqui que está longe de casa e tal. Se você não aguentar vê-la com outro, pelo menos me respeite. Em Fortaleza a gente conversa.
― Não estou fazendo nada. Eu hein?!
Bruna fechou a cara. Estava com medo que Arthur fizesse mais uma de suas cenas públicas de ciúmes da "amiga". Aí sim, ela teria que tomar uma atitude que não teria volta. Passaria vergonha diante de todos, mas ela prometia a si mesma que não sairia por baixo se isso acontecesse.
 Daquele momento em diante Bruna não conseguiu mais descansar, ficava preocupada com o que podia acontecer e observava Arthur por onde ele fosse.
― Que foi Bruna, tá pensativa? ― perguntou Tifany.
― Não, nada. Está tudo ótimo.
― Espero que esteja mesmo, porque você já viu que a Mayra e o Túlio estão juntos, né?  E isso pode deixar seu namorado violento. Mas ó segura a onda dele, porque não quero barraco na minha casa. E tem mais, o Túlio não vai deixar passar dessa vez.
― Tudo bem. Está tudo bem, pode deixar.
Por dentro Bruna estava com um ódio tão grande  que achou melhor dar um mergulho, antes que ela mesma fizesse o barraco e esbofeteasse qualquer um que falasse mais uma vez em Arthur e Mayra. Ela estava de saco cheio daquilo. Sempre que estava ficando bem com Arthur, Mayra fazia alguma coisa para chamar a atenção dele. Que saco!

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