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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Muitas coisas se apresentam de diferentes formas para diferentes pessoas, mas o difícil mesmo é desvendarmos o mistério de o que é o viver. Se pararmos para pensar sem usarmos o verde véu da esperança veremos que a vida tão aplaudida e esperada por tantos nada mais é que um dia após o outro e que estamos sempre, ou quase sempre para a maioria, motivados a onseguir algo. Eu imagino a cena. Imagino uma criança presa pela cintura a um elástico tentando alcançar um sorvete de flocos com corbertura de chocolate que está a sua frente, mas um pouco distante. O sorvete brilha refletido em seus olhos. Que delícia!
Ela puxa o máximo que pode, para, recua, volta a puxar, mas o elástico não cede mais e a pobre criança está sem forças, e o delicioso sorvete derrete e esparrama pelas brodas da taça.
Há tempo?
Mas lhe dizem sempre que ela não pode desistir, que a vida nos mostra dificuldades para serem ultrapassadas e para que o objetivo tenha um gosto todo especial.
Ela luta, caem lágrimas dos seus olhos e a desiludida criança já sente dor. Não mais porque querer o sorvete tão desejado, mas pelo fracasso que se sucedeu inúmeras vezes seguidas em busca do mesmo objetivo.
Alguém se aproxima dela, tira-lhe o elástico que envolve-lhe a cintura, acalenta-a e convence-lhe que é hora de parar, que o sorvete nem era tão gostoso assim. Em sua cabeça vem a frase "mas eu queria!". Enxugam-lhe as lágrimas e mostram-lhe outros caminhos para outras coisas. Há neles alimentos nutritivos, que lhes darão força e lhe alimentará muito melhor que o sorvete, mas ela não entende. Não consegue ver o porquê.
As outras crianças podem tomar sorvete sem grandes sacrifícios e às vezes são tantos tipos e de diversas cores e sabores, mas não foi dado a ela, exatemente a ela a possibilidade de concretizar esse desejo tão simples aos olhos de outrem, mas tão inalcansável aos olhos daquela menina que luta incessantemente para parar de querer uma coisa que pode não ter importância, uma coisa que ela já viveu sem, mas que sua alma precisa para se sentir igual, para se sentir completa, para não achar que há anomalias nela.
Ela não entende.
Talvez nunca entenda o porquê disso.
Quem sabe um dia quando colocarem nela aquele elástico na cintura ela corra para o sorvete e o alcance sem mais delongas, sem mais problemas. Ela não acredita nisso, mas dizem a ela a todo instante que não é permitido desistir.
Ela sorri, lágrimas nos olhos, e segue em frente.

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