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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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domingo, 23 de janeiro de 2011
Por quanto tempo me enganei? Por quanto tempo usei essa "droga"? Sim, você era apenas uma espécie de droga em minha vida. Eu era viciada em você. Precisava de você para me sentir melhor, para ser um alguém altivo, para despertar minha auto-estima. E pior é que eu não conseguia ver que você era apenas uma droga dessas que vicia, ilude e causa dependência.
Chego a duvidar de minha inteligência. Sempre fui tão contrária a drogas de qualquer tipo! Sempre esbravejei contra a mínima possibilidade de estar onde elas estivessem e eu não fui capaz de transpor algo concreto para algo abstrato, não fui capaz de ver que eu estava viciada em uma droga, talvez, muito pior que as drogas propriamente ditas.
Você foi minha droga psicológica por muito tempo.
A simples lembrança de um dia com você me fazia sorrir e apagar qualquer indício de dor que estivesse em meu coração. Que poder, hein?
Mas acredito também que fui tola, como todos os drogados. Acreditei em algo inexistente, impossível até, e mais uma vez minha inteligência me traiu e deixou que mesmo diante de evidências eu não as visse. Eu mesma criava desculpas, você nem precisou se preocupar com elas. Sua parte era apenas olhar-me daquele jeito que você olha(va) e pronto, todo o feitiço já estava instalado. Nem trabalho você tinha. Era só olhar, só isso.
Um olhar apenas para deixar-me torpe, encantada, cega. Depois desse olhar tudo estava perfeito, as dores sumiam, as raivas desapareciam, as pessoas ao redor não significavam nada, acredito que o mundo poderia desabar naquele momento e eu não me importaria, não sentiria nada.
Bastava um olhar apenas para eu sair da Terra e entrar em universo paralelo onde tudo era possível, onde tudo que sonhei se realizaria, até as coisas mais sem fundamentos dariam certo a partir daquele olhar.
Você sabia disso?
A parte mais cruel é que eu acho que você sabia dessa fraqueza e exatamente por saber, alimentava isso em mim. Alimentava a possibilidade da felicidade completa, me explicava coisas que pudessem por algum instante me deixar em dúvida. Tudo perfeito. Tudo para sempre. É, vou ter que acreditar no clichê: "O pra sempre, sempre acaba".
Não sei se me sinto curada ou em abstinência. Sei que estou na realidade, pelo menos. Sei que se houver uma próxima vez, eu evitarei, estarei melhor preparada, o olhar poderoso chegará a mim de outra forma, talvez como falso ou temporariamente perturbador, mas saberei dentro de mim que você é apenas um entorpecente que habita(va) meu coração, minha vida.
Não pedirei para vc sair dela, porque as coisas insignificantes e mentirosas não ficam. Pedindo ou não, elas se vão.

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