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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Clarissa olhava de esguelha da janela do carro, o carro deslisava lentamente, o fluxo era intenso e não permitia que ela saísse daquele local que lhe lembrava Renato, um Renato que não mais existia. Onde ele estaria uma hora daquelas? Pouco importava. As pessoas acreditam em coisas e Clarissa faz parte desse grupo de inocentes que sempre busca o melhor nos seres que se aproximam dela. Estava bem agora e a saudade, apenas a saudade de tempo bom, morava em seus peito.
Pensava nele de vez em quando, espassamente, seu tempo estava limitado e seu ano não era dos melhores. A saudade apertava mais nos momentos de angústia, nos dias ruins e seu dia tinha sido exatamente o que se pode chamar de um dia ruim: mil problemas domésticos, pequenos desentendimentos, um dia de resoluções frustradas e em dias assim Renato vinha morar naquele triste coração que buscava, mesmo no passado, um motivo para pôr um sorriso no rosto.
Não foi o que aconteceu naquela tarde. Ver o shopping que passearam em outro momento a deixava com uma uma lágrima frustrada, uma lágrima que não caiu, habitou em sua órbita e secou ao vento como o amor que existia em Renato. Clarissa não o amava , era certo, mas amava sua companhia. E teimava em acreditar que as pessoas que um dia se amaram precisavam manter esse amor em outro nível, no entanto, no mundo real, as coisas não eram assim.
Apenas algumas pessoas acreditam em coisas desse tipo, ela acreditava. Já tinha tomado a decisão de tirar Renato de seu coração e tirara, mas não queria tirá-lo de sua mente. Ele havia sido franco até certo ponto na última conversa que tiveram. Foi necessário mentir para que ela decidisse deixar a história deles de lado. Ele havia conseguido enfim seu intento. Clarissa sempre punha um fim em suas histórias quando elas chegavam ao fim. Não sabia reconhecer um fim, mas era só dizer a ela que era o fim e ela como uma boa pessoa que acredita em coisas, acreditava e tratava de desmanchar os castelos encantandos dos Reinos Tão Tão Distantes que ela criava em sua cabeça sonhadora.
Olhou por uma última vez, através do retrovisor, a fachada do imenso e imponente prédio, viu o sorriso dele tão claramente, viu seus olhos. Olhos que por tantas vezes deram a ela uma calma necessária para passar o dia, olhos que trouxeram a ela a vontade de continuar e olhos que, por fim, fizeram-na entrar em um período de reclusão para um auto-conhecimento, olhos que a fizeram se perder nela mesma e que encantaram de tal forma que a embriagavam todas as vezes que se dava o encontro com os seus.
"Oi, Issa!" - um abraço apertado a recebia na parte externa do prédio, outro prédio, a mesma lembrança.
Mudavam os lugares, mas as lembranças eram as mesmas, sempre muito boas, porém com um final não tão bom assim. Clarissa queria-o como amigo, queria seu amigo de volta. E o pior é que ela sabia que esso separação aconteceria. Bernardo até já perguntara a ela se ela havia se arrependido do tempo que passara com Renato. Mas não, não havia arrependimento nenhum e também não havia sido por isso que Renato se afastara. O afastamento era natural e esperado. Estava escrito que seria assim e ela sabia, por isso não havia de que se arrepender.
"A senhora acha prudente parar aqui?" - perguntou o motorista que não sabia exatamente onde Clarissa queria parar.
"Sim, aqui está perfeito. Obrigada!"
Seguiu para resolução de seus problemas afastando as lembranças emotivas para longe.

1 comentários:

Anônimo disse...

Que confusão foi essa?