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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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domingo, 7 de dezembro de 2008



Há muito eu queria escrever-te, nunca consegui, não me achava pronta. Agora também não me acho, mas as dores me obrigam a desabafar. São dores leves e intermitentes, pesadas e perenes, nem sei.
Foi muito lindo para mim, foi nada para ti. Eu tinha alguma coisa que te atraía, mas ao mesmo tempo não te prendia, era necessário prender-te. Eu tentei. Fui a mais encantadora que eu poderia ser: educada, sorridente, disposta a aprender, divertida, arranquei de te os sorrisos mais lindos que alguém poderia ver. Vi seus olhos brilharem por algumas vezes, de nada adiantou. Vi seus olhos pararem nos meus e sua boca sussurrar palavras de incredulidade. Vi-te em meus braços, envolvido em meus carinhos. Mas não foi o bastante.
Eu fiz o que pude e até o que não pude para te ter aqui comigo hoje. Não sei exatamente o que sinto, os pensamentos são confusos e as atitudes, essas eu nem sei como classificá-las, mas arrependida eu não estou. Por muitas vezes me pergunto como isso começou e quando isso vai passar.
Foram momentos lindos, eu sei. Porém momentos pelos quais eu paguei caro, cada sensação sentida, cada calafrio, cada sorriso à toa, tudo foi pago com juros e multas. No fim, porque esse deve ser o fim, sinto-me cansada, perdida, mal... Ainda te desejo comigo, ainda sonho conosco. Ainda quero te ter em meus braços.
Seriam momentos rápidos para ti, intensos para mim. Eu sentiria como se a felicidade não pudesse ser maior, e naquele momento tudo poderia acabar, eu poderia morrer e estaria feliz. Tu, ao contrário, sentiria sensações maravilhosos, mas nada intenso, nada significativo.
Ao acabar, eu iria para casa flutuando, sorriso nos lábios, coração batendo forte, sentindo-me completa, cheia de realização, as ruas ganhariam outro significado, os caminhos seriam de tijolos amarelos; tu, sairia, talvez arrependido, voltaria para casa e esqueceria de tudo. Era algo banal e não demoraria muito para o esquecimento chegar e se apossar de sua mente. Eu sonharia dias e dias, tu acordarias no outro dia normalmente. Nada aconteceu.
Não é possível medir a tristeza que mora em meu coração hoje, nem a alegria que está no teu. Somos antíteses de uma mesma história; somos, eu, o início de uma dor que chega a ser física e você, o fim desta, que, um dia, habitou teus pensamentos e teus dias.
Não pretendo com esses escritos te convencer de nada, até porque o propósito seria em vão. Não houve nada para ti. Nada. Sinto-me tão sem perspectivas, sem chão e procuro outras dores, outras despedidas para não chorar mais uma vez pelo mesmo motivo, pelo mesmo fim que já se deu tantas vezes.
Não posso dizer-te que te desejo felicidades, não seria verdade. Também não posso dizer que te esquecerei, está acima de mim, acima de minhas possibilidades. Te direi apenas do amor que tive, ou tenho, já não sei. A mim basta que você saiba disso e ignore como tem feito todos esses meses. A mim basta ver-te ao longe sorrindo por outro motivo adverso ao meu, motivo análogo às minhas lágrimas.

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