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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Ele tinha um rosto delicado, rosto jovem, quase ingênuo com a ornamentação de um sorriso que desarmaria qualquer mulher. Os olhos pequenos e arqueados passavam uma indefinição de pensamentos. Era impossível saber o que ele estava pensando. Ela, por sua vez, encantava-se com todo esse misto de mistério e simplicidade. Sua experiência não era capaz de traduzir o que ele queria passar. Talvez ele quisesse exatamente isso: não passar nada, esconder-se atrás de um jeito tímido e galanteador de garoto. Nunca revelar-se para que ea não parasse de pensar nos encantos de lobo escondido sob pele de cordeiro. Dócil, indefinível.
As poucas palavras que dizia não traduziam muito do que ele realmente pensava. E se se jogasse uma pergunta, a resposta era retórica e evasiva, servia para várias outras perguntas. Dava mais possibilidades. Ela ficava de novo sem entender quem se escondia naquele rosto miúdo e enigmático.
Conversavam natualmente, porém ela queria mais. Mais companhia, mais momentos juntos. Era algo ambíguo. Não entendia bem. Não tinha paixão, mas desejo; não tinha amor, mas carinho; eram sentimentos fortes e descompromissados. Queria ter certeza de alguma coisa, nem sabia exatamente de que, mas seria bom se houvesse uma certeza. Ansiava desvendar os mistérios insondáveis daquele ser por quem alimentava atração e desejo.
Havia uma certeza apenas, certeza da possibilidade de outros momentos. Até outras vezes. Foi assim a última despedida e essas palavras vãs deram a ela um ar de empolgação. O que lhe atraía era o senso de aventura. Sempre fora assim, queria fazer da vida uma eterna montanha russa, cheia de emoções e reviravoltas. Era assim que vivia, sempre criando oportunidades ou aproveitando as oportunidades existentes. Não havia sentido numa vida sem espectativas. Sabia que teria um fim, mas as histórias têm, exceto as que não terminaram ainda. As fases passam, devem ser vividas.
Um sorriso surgiu não só no canto da boca, mas também em sua fértil imaginação. Não teve coragem de fitá-lo, mesmo querendo muito mais que isso. Queria beijá-lo ali mesmo, naquele lugar impróprio. Preferiu sair sem respondê-lo, deixando um silêncio barulhento e vermelho como toda história de suspense.

1 comentários:

Anônimo disse...

como é um silêncio barulhento e vermelho?