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Razão e sentimento

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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Diário de Mayra


Querido Diário,

Como me sinto perdida agora. Essa ansiedade que toma conta de mim definitivamente não vem de Deus. Eu queria, juro que queria sumir e não aparecer mais, ou, quem sabe, me transformar em uma nova pessoa, esquecer essa bobagem de Arthur e Túlio. Desistir dos dois. Queria mesmo passar um dia sem pensar nisso. Mas isso é tão importante pra mim.
Minha cabeça dá mil voltas e depois do que a Mari me disse eu tenho de pensar, e pensar, e pensar... Nossa que confusão! Será que é realmente simples como ela disse? Não quero usar o Túlio, mas também não quero perdê-lo. Ele é o que tenho e perder o que tenho significa perder tudo. Será que eu me apaixonaria por ele? Bem, pra isso eu precisaria deixar de ver o Arthur.
Ai Arthur... Já estou falando em Arthur de novo. Eu prometi a mim mesma que não ia mais pensar nele, mas eu esqueço disso e quando vejo tô lembrando de um dia na escola, de quando ficamos próximos, de como me apaixonei por ele... parece até que tudo me lembrar Arthur. Que praga!
Lembrei agora de um dia que estava havendo prova bimestral e sempre ficávamos por último, nesse dia não foi diferente. todos já haviam ido embora e nós lá lutando louca e bravamente com aquela prova de Química. Quando percebi estávamos só eu e ele. Quando o professor foi embora, depois de entregarmos as prova, claro, ficamos comentando as questões e teve um momento lá que minha prova caiu e nos baixamos sincronicamente para pegá-la e rolou aquela cena de novela onde os dois se baixam no mesmo instante e pegam o papel um com a mão sobre a mãe do outro e os olhos se encontram e você suspira, pois foi bem assim que tudo ocorreu. Eu, pelo menos, suspirei. Teve um lance ali, eu sei. Eu senti. Nisso não tô louca.
Arthur era sempre tão misterioso que ficava difícil saber como as coisas se processavam. Eu o observava, mas nada conseguia descobrir, exatamente como agora. Eu penso nas coisas que ele faz: no tapa na cara do Túlio por ciúmes, sim porque aquilo fora ciúmes dos mais puros que já vi na vida; no telefonema me chamando para ir à praia... ficou tão claro pra mim que ele queria que eu fosse, eu não posso e nem quero ter me enganado nessa parte. Por que uma outra pessoa não ligou? Se era um convite sem precedentes, era ter mandado uma outra pessoa ligar. Por que ele havia de ligar justamente depois de uma noite tão agradável com o Túlio?
Eu sei, diário, tõ perdendo meu tempo e meu juízo com tantas perguntas. Sei que elas não me levarão a lugar algum, mas eu queria encontrar as respostas para elas, como eu queria... Às vezes tenho vontade de encostar o Arthur na parede e dizer " E aí cara, qual é a sua? Você me quer ou não me quer? Porque cansei disso tudo. Cansei de não saber se você gosta de mim ou se eu sou uma espécie de criatura com visão cósmica que imagina e vê coisas." Mas quem disse que tenho essa coragem toda.
Conversei com minha mãe sobre isso, quer dizer, sobre o fato de gostar do Arthur e não saber examente o que ele quer, mas ela só me disse que eu era jovem demais para estar preocupada com essas coisas, que tudo isso não terá a menos importância daqui a 5 anos. Cinco anos? Poxa, cinco anos é muito tempo e pode até ser que não tenha importância, mas eu não estou no futuro e agora isso tem toda a importância do mundo.
O Túlio, pra piorar a situação ainda me liga. E por mais que eu ame o Arthur e não tenha dúvida disso, a nossa noite na Beira Mar foi tão legal, divertida, carinhosa e ainda teve aquele beijo que aconteceu de uma forma tão natural. Ele beija muito bem, viu? Vou te contar... Se eu não tivesse provado daquele beijo, estaria só achando que eu estava perdendo apenas um garoto cobiçado, no entanto não posso negar que tudo aquilo mexeu comigo, que tive vontade de ficar com ele.
O beijo foi assim de uma emoção ímpar. Isso porque foi de repente, porque foi natural. Quando se planeja muito uma coisa, nada sai certo, acho que porque a gente cria expectativa. Mas também teve um agravante positivo para eu ter gostado daquele beijo. Eu estava livre, complemente livre. Com raiva do que tinha acontecido. Disposta a viver.
Preciso me dispor a viver agora e ter coragem de ligar para o Túlio e marcar um encontro, e deixar-me beijar novamente, e libertar minha mente, que para mim é bastante perigosa... Ai, meu Deus... quanta coisa! Tem muito "e" nessa história. Mas me diga sinceramente, tem sentido eu ficar sofrendo e sonhando com a vinda do Arthur a minha casa para que me diga "Mayra eu gosto de você, eu quero ficar com você" se ele tá lá com a Dente de Cavalo? Claro que não.

Ai diarinho do meu coração, me ajuda a me entender! Me ajuda a saber oq eu devo fazer ao certo, me ajuda a decidir a minha vida.

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