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Razão e sentimento

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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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sábado, 7 de junho de 2014

ARTHUR e BRUNA


Domingo à tarde já não é um dia, nem um horário muito festivo e quando você tem que se desculpar com alguém por algo que você fez e não tem nem desculpa é bem mais complicado.
Ainda pela manhã quando Arthur acordou lembrando do que fizera na noite anterior e ainda sem saber exatamente o que tinha lhe dado para agir daquela forma, ligou para Bruna que claro e evidente não atendeu. Quem atenderia, né? Até a mais boba de todas as criaturas daria um certo gelo depois de uma cena explicita e pública de ciúmes. resolveu então mandar mensagem.
Bruninha, precisamos conversar. Te liguei, mas você não atendeu. Tudo bem, eu entendo, mas ó, pensa melhor, ou pelo menos me deixa explicar.
Mandou a mensagem, mas não tinha a menor ideia do iria dizer. Esperava que seu charme  e sedução, ao vivo pudesse contornar tudo aquilo, mas teria que inventar algo pra lá de mirabolante. Passou o dia meio estranho, evitando pensamentos do que aconteceu. Não adianta pensar quando já sabemos o que está acontecendo. Mas ele havia demorado tanto pra conquistar Bruna e agora que estava tão perto, aquilo. Pegou o telefone e ligou para quem também era homem e quem sabe poderia ajudar.
ARTHUR: ― Dário, e aí cara. Tudo bem?
DÁRIO: ― Oi, cara. E aí? Como tá?
ARTHUR: ― Mais ou menos, né? Tenho que ir na Bruna agora à noitinha. Na verdade vamos nos ver na missa e depois pretendo conversar com ela.
DÁRIO: ― Não queria ser você.  Mas e aí, você já pensou no que vai dizer?
ARTHUR: ― Não. Te liguei pra isso.
Dário soltou uma risada preocupada. Ele não tinha a menor ideia do que dizer. Estava até feliz por não ser ele naquela situação. Só o fato de estar com uma e pensando em outra já era pra lá de constrangedor, imagine se tivesse feito uma ceda daquelas. melhor nem pensar.
DÁRIO: ― Bem, você vai ter primeiro que se decidir né? Por que não adianta nada ir cheio de papo pra Bruna se for para continuar Pensando na Mayra.
ARTHUR: ― Cara, eu não gosto da Mayra, você sabe. Qual é?
DÁRIO: ― Qual é digo eu. Você vive dizendo que não gosta da Mayra, mas o que você fez ontem não é coisa de quem não gosta. Acho que você deveria estar se perguntando se gosta mesmo da Bruna. Aí sim estaria fazendo a coisa certa.
Arthur se despediu e desligou o telefone. Dário não tinha ajudado em nada e ele daqui a algumas horas estaria frente a frente com Bruna e precisaria ter algo a dizer. mas o quê?
Dário tinha aqueles namoros perfeitos. Era apaixonado por Tifany e antes de namorá-la não tinha olhos para mais ninguém. Já tinha sido uma dificuldade conseguir namorá-la, jamais pensaria em outra ou socaria um cara por pedir uma "amiga" em namoro.
A situação era realmente complicada.
***
Arthur, cabeça baixa, passo lento entrou na igreja, fez o sinal da cruz ― dessa vez tinha também um pedido de livrar-lhe daquele mal que ele cavara ― e avistou Bruna sentada no banco de sempre, caminhou até lá, sentou a seu lado num silêncio culposo, talvez fosse melhor dizer doloso*, já que seu crime havia sim, dolo. Segurou em sua mão. Ela não retirou, mas também não deu um mínimo olhar para ele. Ele ainda teria um tempo, um hora no mínimo para pedir a Deus que o iluminasse não só nas palavras como também na decisão.
Terminada a missa, os dois saíram de mãos dadas. Já é um bom sinal. Pensou. Se ela me deixou segurar sua mão como antes, significa dizer que eu tenho chances. Caminharam até lá fora e Arthur começou aquela difícil conversa.
― Bem, antes de mais nada queria te perguntar como você pode sumir daquele jeito. Fiquei preocupado, sabia? Te liguei várias vezes e o celular só dava desligado.
― Vi bem sua preocupação. Se você tivesse preocupado mesmo teria ido até minha casa saber se eu havia chegado bem. ― disse numa voz que misturava educação, ego ferido e ressentimento.
― Poxa, me desculpa.
― Te desculpar? ― encarou Arthur numa expressão firme com a testa franzida, como quem estava realmente achando um absurdo tudo aquilo. ― Você tem coragem de simplesmente me dizer me desculpa? Você realmente não é quem eu pensava, Arthur.
― Poxa, Bruna. Nem te fiz nada. Tô te pedindo desculpas porque se você foi embora daquele jeito é porque se aborreceu com algo.
― Ah não. Não. ― transtornada, mas mantendo a calma e a educação. ― Não venha me dizer que não me fez nada. Você acha que me fazer de palhaça na frente de seus amigos e da Senhorita Perfeitinha foi pouco?
― Senhorita Perfeitinha? Ela não é perfeitinha como você está dizendo.
Bruna balançou a cabeça como quem não acreditava que ele estava realmente ali tentando se desculpar de uma mancada sem tamanho e ainda tinha a coragem de defender a tal Mayra. Sua raiva aumentava e era quase ódio já, quando respirou fundo e decidiu dizer.
― Arthur, olha... se você não sabe o que quer...
― Eu sei, eu quero você. ― interrompeu imediatamente.
― Como eu estava dizendo. Se você não sabe o quer, deveria pensar melhor. Eu sei que a gente não namora e que você, se não tivesse feito tudo que fez na minha frente nem precisaríamos estar aqui tendo essa conversa difícil, pode fazer de sua vida o que bem quiser. mas lembre-se sempre que você está lidando com pessoas, está mexendo com sentimentos. E claro, antes de mais nada tem que decidir com absoluta certeza o que quer. A gente está se conhecendo e quero deixar bem claro que não gostei do que conheci de você ontem.
― Eu quero você. A Mayra é minha amiga, só isso. Aliás ela é minha amiga há muito tempo e eu estava defendendo uma amiga, só isso.
― Uma amiga... Sei... agora você quer que eu seja burra e cega. Não basta ter sido feita de idiota... entendo. Acho melhor você calar Arthur.
― Então diga que me perdoa, já que você acha que te fiz de tola.
Arthur chegou mais perto de Bruna, abraçou-a carinhosamente. e cochichou uma desculpa em seu ouvido. Ao som daquela voz ali tão perto dela, roçando os lábios em sua orelha Bruna derreteu e perdoou Arthur. Mas estava certa que algo está em perigo e esse algo era seu futuro namoro.
***
Quando Arthur chegou em casa estava aliviado por ter conseguido contornar a situação com Bruna, mas estava preocupado, pois Bruna tinha razão no que tinha dito. Ele precisava decidir o que queria. Queria Bruna. Estava certo. Ou pelo menos era isso que ia dizer para si mesmo. Até porque seria ridículo namorar Mayra depois da cena que fez. Passara vergonha diante dos amigos e iria ter de aguentar a zoação dos amigos por um bom tempo. Agora, mais relaxado podia lembrar: como Mayra estava linda naquele vestido azul royal. Aquela cor lhe trazia realmente algo de encantador. Pensou em escrever um e-mail para Mayra, mas pra que mesmo? Não tinha pra falar com ela. Antes que pudesse decidir se sim ou não. O celular vibrou em seu bolso. Era Dário.
― E aí, Arthur, deu certo? Conseguiu resolver com quem você vai ficar? ― e deu uma risada.
― Ahh, Dário, você não tem o que fazer, não? Ligar pra falar besteira. ― desligou o celular aborrecido.


* Crime culposo: sem intenção. Crime doloso: com intenção

2 comentários:

Anônimo disse...

ele e a Bruna são fofos, mas ele tem que se decidir logo

Anônimo disse...

Esse Arthur viu, kkkkkk, não se manca mesmo, rsrsrs - a história está ficando de+