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- Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.
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terça-feira, 10 de junho de 2014
A SAÍDA
Na
mesma hora que Mayra enviou o e-mail resposta, como se estivesse grudado ao computador
esperando, Túlio ligou.
TÚLIO:
― Oi May, tudo bem? Saudade de você. ― aquela voz rouca e sexy soou do outra
lado da linha.
MAYRA:
― Oi, Túlio. ― corou. Ainda bem que era por telefone se fosse ao vivo ele teria
visto suas bochechas rosadas.
TÚLIO:
― E aí que horas posso te pegar?
MAYRA:
― Calma, não é assim também não. Como e o que você está pensando em fazer? Você planejou
alguma coisa?
TÚLIO:
― O que eu queria mesmo fazer, você não quer ― aproveitou a deixa ― mas vamos
fazer o que você quiser. ― disse todo galante.
MAYRA:
― Você e suas coisas... ― abriu um sorriso invisível para Túlio.
TÚLIO:
― Bem, não planejei nada. Mas estou disposto a fazer o que te fizer feliz. Você
quer fazer o quê?
Mayra
queria mesmo era ouvir uma frases daquelas de Arthur, mas precisava também se
conformar que se não a ouviria, já que Arthur estava com Dente de Cavalo, como
resolvera chamar Bruna por puro ciúmes, ela também precisava tentar esquecê-lo.
Ao se dizer isso, ela pensou instantaneamente que eles poderiam ter terminado
devido a ceninha que ele fizera no aniversário da Tifany. Será que ela ficaria
com ele depois de tudo? Mas vai saber, né? Havia esperado por notícias, por um
e-mail, por um telefonema, por uma postagenzinha no face... mas nada. Já fazia
um mês e nada de Arthur. Então, melhor levantar a cabeça e tentar viver. Ela
não seria a primeira a ficar ou namorar com alguém que não estava apaixonada. Além
do mais não há nada que uma mulher mais goste que ser bem tratada e admirada e
isso Túlio fazia sempre independente dela retribuir ou não. Pensou nisso tudo
muito rápido e decidiu.
MAYRA:
― Quero fazer um passeio pela beira-mar. Pode ser?
TÚLIO:
― Pode ser tudo que você quiser, minha princesa. Passo aí as sete pra te pegar.
Havia
surgido outro problema: como Mayra ia dizer pra mãe dela que ia sair com um
garoto que a mãe não conhecia e nem nunca ouvira falar. Sim, porque Mayra nunca
mencionara o fato de Túlio estar com eles pra onde fossem. Estava sempre
contando sobre o que Arthur disse, o que Arthur fez, com quem Arthur foi, mas
lembrou-se que nunca havia mencionado Túlio.
Bem,
não era costume seu mentir e não seria daquela vez. A mãe sempre deixara bem
claro que odiava mentiras e que era sua melhor amiga e melhores amigas
entenderiam quando você resolve dar uma chance a vida.
―
Mãe, vou sair com um menino que é primo da Tifany, tá?
―
Como assim sair? Você sabe quem é esse rapaz? Os outros meninos também vão?
Letícia e Tifany estarão lá? ― e desfolhou uma série de perguntas próprias da mães
apavoradas diante de uma situação que elas não tenham total controle.
―
Mãe, o Túlio é um garoto que sempre está com a gente, ele é super gente boa e
muito educado etc etc etc, não se preocupe. Além do mais a senhora sempre diz
que confia em mim. Então, chegou a hora de provar. ― explicou pacientemente
para deixar a mãe mais confortável.
A
mãe, mesmo preocupada, permitiu que a filha fosse. A filha havia usado um
argumento muito forte e não deixara escapatória para ela. Ela sempre pregou que
confiança estava acima de tudo e sempre disse que confiava em Mayra, agora não
dava simplesmente para voltar atrás.
―
Tá bom, mas tenha juízo. E qualquer coisa, ligue que seu pai vai lhe buscar.
Às
19:00 em ponto ouviu a buzina do seu Honda Civic novinho em folha. Não que
fosse interesseira, se fosse, teria aceitado namorar Túlio, mas ter 19 anos
tinha suas vantagens e namorar alguém bem de vida era sempre muito bom, porque
andar de carro e poder ir para lugares mais legais era o máximo.
A
mãe ainda veio lhe deixar no portão, deu um beijinho no rosto e aproveitou para
reforçar que tivesse cuidado e ligasse em qualquer necessidade. As mães sempre
sofrem nessas horas. Ver a sua bonequinha crescer é uma dor imensa. Saber que
os filhos ― principalmente quando são meninas ― estão por sua conta e se
acontecer algo elas não estarão por perto é dá um aperto no coração só de
pensar.
Claro
que Túlio desceu, cumprimentou a mãe de Mayra com um tchauzinho e abriu a porta
para "sua princesa" como ele mesmo havia dito ao telefone. Ele estava
radiante de felicidade, por dentro seu coração explodira como fogos de artifício
no Réveillon, mas os homens são sempre mais imparciais e isso não pôde ser
percebido por Mayra que entrou no carro toda sorridente.
―
Não volte tarde. ― gritou a mãe antes que o carro desse partida.
―
Não se preocupe. Se quiser pode me ligar. ― Mayra amava o fato da mãe confiar
nela e sabia que D. Nalva estava desesperada, mas ela tinha que se acostumar
com isso.
Túlio
colocou um som baixinho, claro que "5 a Seco", Túlio era especialista
em Mayra, ele conhecia suas preferências e jamais iria a um passeio desses sem
perguntar tudo a Tifany. Mayra se ajeitou no banco de couro do carro, ainda
desconfortável e envergonhada. Ela sabia que ali seria um encontro. Era
diferente de antes que Túlio era mais um entre eles e ela poderia fingir que
não estava entendendo ou mesmo ouvindo suas investidas.
―
Você está mais linda que nunca. ― comentou Túlio para quebrar o gelo.
Mayra
fez um barulho para indicar agradecimento, mas não conseguia falar nada. Tudo
ali poderia soar bobagem ou enxerimento.
―
Você não sabe como eu estou feliz, por esse momento.
―
Também não é pra tanto, eu não prometi nada, Túlio.
―
Não, de jeito nenhum. Nem se preocupe. Eu estou feliz, porque estar com você
pra mim é felicidade, mas ó, não tô te cobrando nem pressionando. Somos amigos.
Não se preocupe.
Foi
bom Mayra ouvir aquilo, ela até poderia ficar com Túlio, mas não queria
prometer nada, nem se sentir obrigada a ficar porque tinha aceitado um convite.
―
Adoro essa música.
Ele
aumentou o volume e os dois seguiram. Ela fingindo que não estava preocupada e
ele olhando de vez em quando para o lado direito, sem acreditar que estava ali
a sós com Mayra.
Estacionaram.
Túlio rodeou para abrir a porta do carro, segurou a mão de Mayra e não a largou
mais. Caminharam pela Beira-mar de mãos dadas. Ele tratou de ar um ar natural a
cena e ela entrou na onda, afinal se havia ido, não queria ser chata.
Riram
de bobagem, tomaram sorvete, um sujos o outro no nariz e no rosto. o clima
estava amigável demais e entre sorrisos caminharam até a praia. À noite, a
praia era iluminada por holofotes e parecia mais linda e encantadora que de
manhã, talvez pela ausência de pessoas. Via-se pouquíssimas, desceram o
calçadão e pisaram na areia branca e fria, um vento espalhou os cabelos de Mayra
e Túlio ajeitou-os, aproveitando para aproximar-se mais de Mayra. Estavam muito
próximos e Mayra sentiu o perigo do momento.
―
Quem chegar por último pagar mais um sorvete.
Mayra
correu com as sandálias na mão, sorrindo e olhando para trás, seguida por Túlio
que ao alcançá-la laçou-a pela cintura e deu um rodopio daqueles de namorados
que demoraram muito a se encontrar. Quando os pés de Mayra tocaram o chão, seus
braços estavam enlaçados em Túlio e ela gostou da sensação de ser abraçada por
alguém que se importava com ela. Não fez movimento nenhum e sua boca e a de
Túlio se encontraram num contato perfeito.
Túlio
tinha um beijo envolvente, quente e macio e seus braços fortes sabiam apertar
na medida certa. Mayra estava entregue aquele instante e se deixou levar pela
emoção, explorando com as mãos as costas musculosas de Túlio enquanto este
sentia-se no céu. Nem queria mais abrir os olhos, pois poderia estar sonhando,
demorou mais um pouco. Aquele vento frio, o barulho das ondas que iam e vinham
num movimento contínuo deram aquele beijo o aspecto cinematográfico e as se
desconectarem Túlio arricou uma frase que foi barrada pelos dedos de Mayra em
sua boca numa posição de silêncio.
―
Não diga nada. Não estrague esse momento.
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2 comentários:
Tiaaaa, o melhor ao meu ver.. #TulioIsPower