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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

DOMINGO DE PRAIA


     Ainda era manhã e como era domingo, costumava-se dormir até mais tarde, porém o telefone tocou acordando Mayra. Meio sonolenta sem olhar quem era, atendeu.
― Alô? ― respondeu com o rosto afundado no travesseiro, sem muito interesse.
― Alô. May? É o Arthur.
     Quando ouviu aquele nome, Mayra quase caía da cama. Levantou-se de um susto, deixou o celular cair e pegou-o bem ligeiro.
― Oi Arthur, tudo bem? Que horas são?
― Nove. Mas tô te ligando porque os meninos estão combinando de irmos todos à praia e aí te liguei pra saber se você está a fim de ir conosco.
― Sim. Tô. Só preciso ver se minha mãe vai deixar, mas falo já já com ela.
― Pois daqui a meia hora estamos te esperando na casa da Tifany. Vamos sair de lá, viu. Tchau. Até daqui a pouco. Não se atrase!
Mayra se levantou com o coração aceleradíssimo por causa da surpresa. Arthur?! Ligando pra ela? Ô meu Deus, porque isso acontece logo hoje? Perguntou a si mesmo. Calçou as chinelas de qualquer jeito e correu no quarto da mãe. Beteu à porta.
― Mãe, vou à praia.
― Ei, ei, ei... calma aí mocinha, não é assim não. Você já saiu ontem. Não acha que está bom, não?
Ainda pensou em fazer gracinha e dizer "sim, mãe tá bom e é por isso que quero mais", porém preferiu:
― Mãe, por favor... a galera vai todinha.
― Sinto muito, filha, mas não é assim. Você está em aula. Ainda que fosse férias, eu até deixaria. Você sabe como as coisas funcionam aqui em casa né?
― Ah, mãe, por favor... não faz isso comigo. ― disse numa voz melosa misturando súplica e um quase choro.
― Não, May e não insista, por favor. ― voltou para cama e bateu a porta do quarto.
     Mayra não acreditava naquilo. Não acreditava que ia ter que ligar para o Arthur e dizer que não podia ir. Logo no dia que o Arthur ia e quem sabe sem Bruna! Mayra não sabia se Bruna havia perdoado ou não Arthur, mas torcia que ela tivesse se tocado e não estivesse com Arthur. Uma lágrima escorreu no canto do olho. Nem mesmo Mayra sabia se era de raiva ou de dor de não estar ao lado de Arthur. Já era tão raro se verem ― considerava raro, porque depois do episódio do aniversário não tinham se visto mais, apesar de que normalmente se vissem, pelo menos, uma vez por semana ― e agora aquilo, a mãe simplesmente não a deixava ir. Que ódio! Não restando outra opção ligou para  Arthur.
MAYRA: ― Alô, Arthur? Não poderei ir. ― disse numa voz triste.
ARTHUR: ― Por quê? O que houve?
MAYRA: ― Minha mãe não deixou. Disse que vamos almoçar fora e não tive como convencê-la. ― Jamais Mayra diria a Arthur que não ia com ele porque havia saído com Túlio na noite anterior.
ARTHUR: ― Tá. Vamos sentir sua falta. Beijo.
MAYRA: ― Tchau. ― disse numa vozinha triste.
O fato é que triste ou não, Mayra não iria à praia com os amigos.

***

― Gente,  a Mayra não vai. ― a fala de Arthur saiu meio arrastada como se estivesse decepcionado.
     Houve uma tristezinha pela ausência da amiga, mas seguiram viagem sem Mayra mesmo. Arthur imediatamente pensou "Poxa, eu nem disse a Bruna que ia pra me sentir mais a vontade com a Mayra e ela não vai. Não acredito". Podia ter sido a chance de conversarem sobre a cena de ciúmes, mas Arthur e Mayra teriam de dar outro jeito para se verem.
     Praiazinha no domingo, sol, amigos, amores, bolinha pra jogar na areia e muita, muita alegria. Era assim que os meninos estavam.
― Joga pra mim! ― gritou Thayná.
― Deixaaaaa! ­― Myrella gritava do outro lado.
     Arthur preferiu ficar na barraca, depois jogaria um pouco, tinha sido um balde de água fria pra ele. Ele realmente pensara que Mayra estaria lá e claro que ele estava com vergonha dela, mas fingiria que nada havia acontecido e se ela perguntasse qualquer coisa, seja lá o que fosse, ele desconversaria.
― E aí Arthur, a Mayra nem veio, né? Ainda bem porque assim ninguém corre risco de ser esmurrado. ― brincou Dário.
― Ahhh para! Você ainda tá lembrando disso, cara? Até parece que o esmurrado foi você.
― Ahh por falar em esmurrado, o Túlio e a Mayra saíram ontem. ― disse Tifany que estava do outro lado da mesa tomando uma água de coco e fingindo que não estava participando da conversa.
― Ah foi é? Bom pra eles? ― retrucou Arthur como se não tivesse nem uma importância.
Saber que Mayra estava saindo com Túlio dava a Arthur a certeza de que ela havia aceitado o namoro e com certeza estava com raiva dele por ele ter batido no namoradinho. Ah, que seja!
― Perdido por pouco, perdido por muito. ― Pensou alto.
― Como foi Arthur que você disse? ― Tifany percebeu que  Arthur havia ficado chateado e continuou cutucando a onça com vara curta. ― Você não se decidiu logo, ficou fazendo doce com essa Bruna aí, perdeu!
― Que perdeu, que nada! Quem disse a você que estou a fim da Mayra?! Quero mais é que ela seja feliz com quem ela escolheu. Não tenho culpa se seu primo se contenta com uma garota que não gosta dele. Fazer o quê, né? Tem pessoas e pessoas...
     Tifany soltou uma risada de quem alcançou o objetivo com Arthur. Arthur acho melhor jogar, ficar na barraca pensando em Mayra nos braços de Arthur não dava mesmo.
― Ei galera, joga aqui.
     Dário chamou a atenção da namorada que não tinha nada que ter contado a Arthur, sobre a saída de Mayra, que o Arthur tinha a Bruna e não estava nem aí para Mayra.
― Humrum, sei. Percebi.
     O jogo rolava a toda, mas Arthur não pegava nem uma bola, estava distraído. Não era pra ser assim, mas saber que Mayra esteve com Túlio, incomodava-lhe um pouco. E o que mais incomodava era saber que ela gosta dele e que ele não pode arriscar seu tempo com Bruna, que não era lá essas coisas todas, mas já durava uns dois meses e ele não era nenhum mal caráter para de uma hora pra outra, antes de pedir a menina em namoro dizer que não a queria mais. Ia preferir ficar na sua. Também pensou que já estava meio tarde pra se decidir por Mayra.

***


Letícia estava lá tomando um sol e tentando esfriar a cabeça depois do que passara noite passada. Queria que Mayra tivesse ido, seria bom desabafar pessoalmente. Nem tinha conseguido contar a ela direito como tudo tinha sido e queria também saber da saída de Mayra e Túlio. Nessas horas não há nada melhor que ouvir histórias emocionantes para esquecer de suas desventuras.

1 comentários:

Anônimo disse...

*-*