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Razão e sentimento

Razão e sentimento
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Uma menina-mulher sonharadora convicta, pore´m de uma racionalidade necessária.

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terça-feira, 6 de janeiro de 2009



Renato estava em casa, deitara-se um pouco para repousar do almoço. Tarde quente, ultimamente o tempo não tinha sido amigo. Era quase impossível se concentrar para fazer algo nas tardes, principalmente descansar. Até os ventiladores, direto ligados, não ajudavam muito naqueles dias, mas deitara-se e estava, na medida do possível revendo algumas coisas que precisava rever. Estivera distante, não entendia bem o que estava acontecendo com ele, eram pensamentos confusos, vontade de estar distante.
Clarissa... o que ela representa pra mim? Tantas vezes fez aquela pergunta e ficava sem resposta, não sabia ao certo. Se fosse em outra circunstância, não havia o que pensar. Se ela não fosse quem é, tudo seria tão mais fácil, mas alguns fatores influenciavam para estar ali pensando nela. Nem queria pensar nisso. Por que pensar? Ele não precisava resolver nada. Não havia o que resolver, mas era assim, sem mais nem menos lá estava ela em seus pensamentos.
Pensou então no matrícula da faculdade, isso sim seria legal, começar uma nova vida, conhecer gente nova, novos ambientes, novos tudo.
“Por que pensar nela? Por que não pensar nela?”
Adormeceu enfim, os ventiladores amenizavam o calor e o cansaço batia forte. Precisava descansar. Dormir um pouco antes de enfrentar a burocracia dos cartórios. Tinha algumas coisas para resolver.
Como ela estava linda...e ele ao lado dela, por que ele? Eram imagens mistas. O beijo de ontem, meu melhor amigo rindo de mim ou para mim, nem sei. Eles rodavam por ele. Estou tonto. Parem! Eles riam. Imagens e mais imagens passavam por ele, mais um vez o beijo, o tal beijo que no momento foi mágico e que agora atordoava seu sonho. Ontem fora um sonho? Não sabia. Estava confuso. Não distinguia realidade e sonho.
Acordou sobressaltado, suado apesar do ventilador. Sentou-se na cama, pôs as mãos no rosto limpando o suor que escorria-lhe pela testa. Fora um sonho, definitivamente, um sonho.
“Meu Deus, estou louco mesmo!”
Telefone tocou.
“Ah, não. Ainda mais isso. – Atendeu impaciente. – Alô! Hoje eu não posso, terei que resolver umas coisas.”
Do outro lado da linha, Pâmela insistia para ele encontrá-la. Estava se sentindo insegura. E ele não a queria mais, tinha sido um namorico sem importância, não sabia que ela ia se apaixonar e não queria magoá-la. Melhor deixá-la pra lá. Achava que não queria ninguém.
Precisava reorganizar sua vida, estudar, começar essa nova etapa e sentia-se pressionado. Odiava sentir-se pressionado. Clarissa pedia atenção, ele não sabia se queria dar essa atenção, cobrava o amor de antes. Eu sou o mesmo. Ela não via assim. Amava-a, mas não tinha conseguido descobrir que tipo de amor era esse; Pâmela cercando-o, querendo saber do sim ou do não. Como se não bastasse Amanda queria saber se ele a amava se preferia ela ou Clarissa, brincava com isso, fazia competições implícitas com Clarissa para ver quem ele preferia. Quanta infantilidade. Eram amores diferentes. Se amasse Amanda ou mesmo Pâmela, não haveria problema nenhum. Era simples. E eu amo Clarissa? Ah não, outra vez essa pergunta. Não agüento mais.
Por que as mulheres não podem deixar as coisas acontecerem, precisam cobrar, perguntar, precisam de respostas? Ele não tinha respostas nem para suas próprias dúvidas, imagine para as dúvidas dos outros.
Pegou a toalha, tomou um banho demorado, deixou a água cair em sua cabeça para levar todos aqueles pensamentos confusos. Não precisava decidir nada. Não havia nada a ser decidido. Não importa se eu amo ou não Clarissa, se eu amar mesmo, com o tempo, verei; se não, paciência. Nem sei o que ela sente por mim. Às vezes achava que ela o amava também e em outros momentos achava que ela apenas gostava dele como amigo. Incertezas duplas. Antíteses de um amor oblíquo, obscuro. Arrumou-se e saiu para resolver o que havia de resolver.

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